Bem vindos!

Conta-me histórias é um blog onde vos mostro alguns dos meus trabalhos e onde podemos falar de tudo um pouco. Apresenta certos assuntos que acho relevantes e interessantes, sempre aberta a conselhos da vossa parte no sentido de o melhorar. Obrigado pela vossa visita. Fico à espera de muitas mais.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Feira de artesanato em Rio de Mouro

Uma das maiores dificuldades de todos aqueles que desenvolvem acções, tais como o artesanato, a escrita, e outras actividades, é a divulgação dos seus trabalhos. Muitas vezes fica-se assim, com excelentes trabalhos e ideias, presas a um número muito reduzido de público, e não se expande o que de melhor se faz em Portugal. Todo o trabalho de divulgação depende de valores monetários elevados, que muitos não têm condições de suportar. A única maneira de combater esta triste realidade é o passa-palavra. Assim sendo, venho propor-vos que nesta véspera de Natal, dêem um salto ao novo Mercado de Rio de Mouro, que fica situado na Rua Gil Eanes, em frente à PSP. O acesso é fácil e podem usufruir do parque de estacionamento do supermercado Lidl, que fica na parte de cima do Mercado. Para quem vem na IC19, no sentido Sintra, basta entrar na primeira saída que diz Rio de Mouro e ao chegar à rotunda, contornar, saíndo na terceira rua. Ao fundo dessa rua, podem ver a PSP do vosso lado esquerdo e o Mercado, mesmo em frente. Lá dentro, no piso inferior, estará patente neste e no próximo fim de semana, uma feira de artesanato com imensas ideias económicas e muito bonitas, para ofertas de Natal. Podem encontrar artigos para todos os gostos e carteiras, desde as lembranças mais baratinhas (1 euro), aos presentes mais caros. Posso dizer-vos que fiquei maravilhada com os trabalhos que lá encontrei, bem como com os preços. Fiquei ainda espantada com o facto da má ou nenhuma divulgação que a Câmara e a própria Junta de Freguesia fizeram a este evento. Existe ainda no Mercado, uma exposição de pinturas, das quais não consegui saber o nome do autor, mas que são um deleite para a vista. Falando com uma das artesãs no local, fiquei a saber que pretendem continuar com esta feira, passando a realizar-se todos os últimos fins de semana de cada mês. Esperemos que assim seja, mas até lá, toca a ir dar uma espreitadela, neste e no próximo fim de semana. Deixo ainda aqui o apelo, para que divulguem este evento, visto que quem de direito, não o fez da melhor maneira. Boas feiras, boas compras e um Feliz Natal para todos vós.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Luta desigual

Não me lembro da última vez
Em que fui feliz de verdade
Apenas rasgos de alegria
Por entre a dura realidade

Crescer depressa demais
Foi-me imposto desde cedo
E há muito que tento
Libertar-me deste medo

Medo de falhar
Medo de não estar à altura
Medo da solidão
E até da própria loucura

A felicidade vai fugindo
A realidade tem-se imposto
Numa luta desigual
Que deixa marcas no rosto

Marcas de cansaço
Marcas de tristeza
Marcas de esperança
Com nenhuma certeza

O futuro é incerto
Mas no turbilhão de emoções
Encontro sempre espaço
Para novas desilusões

Pois com elas aprendo
E na luta vou caindo
Mas depressa me ergo
Da vida nunca fugindo

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

De vez em quando...recarregue as baterias!

Viver em função dos outros, nunca deu frutos duradouros. Seja uma mãe que vive somente para um filho e que, ao vê-lo crescer, vai perdendo terreno em relação à sua vida; seja uma esposa sempre dedicada, que deixou tudo por fazer em prol do seu marido; seja um irmão mais velho, que ao ver o pai ausente e ao perder a mãe, se vê obrigado a tomar a responsabilidade de tomar conta de um filho que não é seu. Cada caso, é um caso e a vida muitas vezes nos empurra para tomadas de decisão, que nos afastam da nossa própria essência. Da nossa verdadeira missão. Nunca poderemos ser felizes ou totalmente realizados, vivendo única e exclusivamente para os outros, mantendo aquilo que queremos longe dos nossos horizontes. Não quero com isto dizer, que devemos deixar os outros para trás, em função do que queremos para nós. Penso que essa também não será a melhor opção, tornando a pessoa egocêntrica e egoísta. Do que falo, é do meio termo entre o que podemos fazer pelo outro e o que devemos fazer por nós próprios. Como exemplo, posso aqui confidenciar-vos uma parte de um dia da minha vida, em que saí de casa uma hora mais cedo que o necessário para ir trabalhar. Por incrível que pareça, ou não, raramente em casa tenho tempo para fazer algo tão simples como pegar num livro. Pois bem, saí de casa com uma hora de antecedencia, dirigi-me a um café perto do local de trabalho, pedi uma bica e sentei-me a ler um livro. "Grande feito!"- dirão vocês. Mas se tivermos em conta, que durante quase todo este processo, não passaram 10 minutos em que não me sentisse culpada por ter tirado aquele tempinho para mim, posso dizer-vos que foi um grande feito. O ego é matreiro e mesquinho, preferindo sempre mais do mesmo, a uma contradição ou mudança de planos. E como assim é, não me deu descanso, tentando que a culpa me roesse por dentro, evitando que repetisse a graça. O melhor de tudo foi que, mesmo com culpa, senti-me como não me sentia há muito, apenas por ter tirado um pouco de tempo para mim. E foi seguindo esta linha de raciocínio, que finalmente calei o meu ego, deixando a promessa de novas alterações de rotina. Se não o poderem fazer todos os dias, façam-no todas as semanas: tirem tempo para vós. Nem que seja meia hora. É o suficiente para a vossa sanidade mental recarregar baterias. Quanto à culpa, pensem só que ao tirarem tempo para vocês, não o estão a tirar a ninguém, pois o tempo não tem dono. E se calhar, os nossos entes queridos, apreciarão mais uma pessoa descontraída e feliz ao seu lado, do que uma pessoa rezingona e queixosa da falta de tempo que tem para si própria.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Noivado:uma coisa maravilhosa

Hoje, para descontrair, aqui vos deixo dois poemas de amor que me enviou um amigo. Procurem o seu blog em http://joaquimfrancisco.blogspot.com/ - http://frasestextos.blogspot.com/

 POEMA ESCRITO POR ELE (o noivo):

Que feliz sou eu, meu amor!
Em breve estaremos casados,
o café da manhã na cama,
um bom sumo e pão torrado

Um ovo bem mexidinho
tudo pronto bem cedinho
depois irei pró trabalho
e você para o mercado

Daí você corre pra casa
rapidinho, arruma tudo
e corre pró seu trabalho
para começar seu turno

Você sabe que de noite
gosto de jantar bem cedo
de ver você bem bonita
alegre e sorridente

Pela noite mini-séries
cineminha bem barato
nunca iremos ao shopping
nem a restaurante caro

Você vai cozinhar pra mim
comidinhas bem caseiras
pois não sou dessas pessoas
que gosta de comer fora...

Você não acha querida
vão ser dias gloriosos?
Não se esqueça, meu amor,
que logo seremos esposos!


POEMA ESCRITO POR ELA:

Que sincero meu amor!
Que oportuna tuas palavras!
Esperas tanto de mim
que me sinto intimidada

Não sei fazer ovo mexido
como sua mãe adorada,
meu pão torrado se queima
de cozinha não sei nada!

Gosto muito de dormir,
até tarde, relaxada,
ir ao shopping fazer compras
com a Mastercard dourada

Sair com minhas amigas,
comprar só roupa de marca
sapatos só exclusivos
e as lingeries mais caras


Pense bem, que ainda há tempo
a igreja não está paga
eu devolvo meu vestido
e você seu terno de gala

E domingo bem cedinho
pra começar a semana,
ponha aviso num jornal
com letras bem destacadas:

HOMEM JOVEM E BONITO
PROCURA ESCRAVA BEM LERDA
POR QUE SUA EX-FUTURA ESPOSA
MANDOU ELE IR À MERDA

Enviado por Joaquim Francisco

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Sorriso divino ou luz apenas?

Todos sabemos que um arco-íris se forma, através da luz solar que incide sobre as gotas de chuva. Mas, sempre que vejo um , não posso deixar de pensar que se trata de um olá amigável de algo celestial, que vem assim presentear-nos com um sorriso colorido. Hoje, não vi um, mas sim dois arco-íris, um por cima do outro. Emanavam cores vivas e brilhantes. Ao princípio não se conseguiam ver na totalidade, mas passado algum tempo, lá apareceram eles, raiando o céu escurecido pelas nuvens carregadas de água. Quando os avistei, vinha a conduzir, e fui inundada por uma vontade imensa de parar o carro e ficar ali, apenas observando aquela beleza. Eram realmente muito lindos. Por baixo destes, pessoas passavam, parecendo não dar conta da ocorrência de tal fenómeno, ou simplesmente, nada surpreendidas com um casal de arco-íris. Coisa banal, dirão vocês, os sorrisos dos anjos, digo eu. E penso que é com estas simples coisas, que o Mundo nos presenteia. Dizem os entendidos que é muito raro avistar um conjunto de três arco-íris no céu. Por outro lado, existem avistamentos confirmados de quatro. Eu, contento-me com estes dois. Contentar me-ia com um apenas. Há quem diga que depois do diluvio, quando a Arca de Noé posou no Monte Ararat, Deus prometeu que nunca mais iria inundar a Terra, mostrando em tempos de chuva um arco-íris, como prova desse pacto com todas as criaturas do planeta. Seja como for, nunca fico indiferente a este espectáculo da Natureza, que me enche de esperança e de alegria. São estas pequenas coisas, explicadas ou não, que muitas vezes me fazem agradecer o facto de fazer parte deste Mundo maravilhoso.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Não deixe a reserva chegar ao fim

A preguiça toma conta de mim, quando um dia com 24 horas não chega para tudo. No último minuto do meu dia, parece que deixei tudo por fazer, ou até que o que fiz não foi o suficiente para ter direito ao descanso. Isto, na maioria das vezes acontece, porque gostaria que a vida andasse mais rápido, revelando-me assim, o que o dia de amanhã trará. Nesta busca constante pelo futuro, não é a velhice que anseio, mas sim um qualquer final feliz, que me traga um novo começo. Não serei certamente a única a sentir o mesmo, mas por vezes isto é difícil de entender e ainda mais de explicar. O pior é que daqui a alguns anos esta mania de acelerar o relógio, transformar-se-à numa nostalgia dos tempos idos. Só espero que a tal nostalgia, venha acompanhada de recordações boas e não de coisas que poderia ter feito e não fiz. Seja qual for o desfecho, espero que consiga sempre ouvir e estar presente a todos aqueles que me são queridos. Porque feitas as contas, esses são os que realmente importam e que com os quais nunca me importarei de "perder" todo o tempo do mundo. Há muita gente que vive para o trabalho, desculpando-se com a velha frase de que o fazem para dar uma vida melhor aos filhos. Hoje não se dá uma festa porque não há tempo, amanhã compra-se um jogo, para compensar; hoje não se dá um beijo, amanhã vamos para as filas do MacDonalds, para compensar; hoje não temos tempo para nos deitarmos juntinhos a ver um filme, amanhã vamos ao cinema para compensar e com alguma sorte, não adormecemos pelo meio. Deixámos de usar o trabalho como um meio para atingir um fim e passámos a usá-lo com uma desculpa para tudo o que deixamos para trás. Embora toda a gente saiba que temos que trabalhar a fim de nos sustentar-mos, isso não implica que nos escondamos atrás do trabalho, deixando assim o verdadeiro trabalho por fazer. Um emprego é um meio de dar sustento aos filhos, mas as nossas obrigações não terminam aí. Há que deixar sempre um depósito de tempo para os que mais amamos. Mais vale 30 minutos a brincar com o seu filho, a ouvir o que tem para lhe contar sobre o seu dia, ou simplesmente a dar umas voltas de bicicleta, do que um dia inteiro de presença física. Há que pensar nisto de forma séria, porque os minutos, horas ou dias que passamos a adiar a festa na cabeça, o beijo, ou simplesmente o diálogo banal do dia a dia com os nossos filhos, nunca mais voltarão e, se deixados por fazer, nunca serão recordações, mas sim perdas de tempo. Resultado: criamos assim novos homens e mulheres com ânsia de compreensão e de partilha, que muitas vezes se revelam fatais, quando elas crescem e encontram um rapaz que lhes diz o que querem ouvir, ou quando eles encontram a rapariga que faz deles o que quer, em troca de um mimo. Além destes casos, temos ainda um outro, que é o de quando os jovens vão atrás de comportamentos destrutivos, tais como a droga, a bebida ou o crime, simplesmente para terem uma sensação de pertença, que raramente encontram em casa. O trabalho é importante e indispensável, mas tal como o seu carro tem uma reserva de gasolina, que nunca permite que acabe, mantenha você também essa última reserva para partilhar um pouco de carinho e atenção com quem ama. Ninguém lhe pagará por isso no final de cada mês, mas no futuro, essa poderá ser a diferença entre uma boa ou má velhice.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Deixem de pensar pequeno!

Os sinais de mudança são gritantes, indicando cada vez mais os rumos a tomar. As mudanças nem sempre vêm coroadas de histórias felizes ou contos de fadas, mas são elas que nos fazem evoluir. Todos os dias somos bombardeados pela comunicação social, com relatos sobre a crise, reagindo com algum enfado ao chorrilho de medos e de dificuldades que nos tentam impingir. É claro que está à vista de todos que o panorama é muito mau e com tendência a piorar. Mas será que é praticando mais do mesmo, que fazemos a diferença? Não nos podemos esquecer que, directa ou indirectamente, todos temos uma quota parte de culpa para nos encontrarmos na situação em que estamos, ou não vivêssemos nós numa democracia. O problema é sempre o mesmo, as reacções também, e como tal, as crises não podem ser diferentes. O ser humano em geral, tem tendência em olhar para cima, em busca de respostas para os seus problemas. Um crente, esfola o nariz no altar, olhando os céus, procurando por um Deus que lhe resolva a vida, como se isso bastasse. Um sindicalista, faz greve, gritando palavras de ordem, olhando para o pedestal em que se encontra o Governo. Um pedinte, senta-se no passeio e estende a mão, em busca da tão necessitada esmola.  A pergunta que se coloca é a seguinte: quando vamos nós deixar de pedir, olhando para cima, começando a oferecer, olhando para o nosso lado? Poderão vocês dizer que nada têm para oferecer, mas todos sabemos que não é bem assim. Ficamos felizes por saber que o nosso país sabe receber e ajudar outros povos. Isto é de facto um grande feito para qualquer país, mas quando se trata do nosso vizinho, "ele que se amanhe! ". Costumamos dizer que existe sempre alguém em pior situação do que a nossa. Então porque não damos algo que nos sobra, a quem mais precisa? Quem tem roupa, que dê roupa; quem tem comida, que dê comida; quem não tem nada, ao menos que dê uma palavra amiga a quem tem menos que nada. Tudo isto sempre é melhor do que passar a vida a reclamar o que não se tem, e nada fazer para mudar. Esta greve "geral", como tantas outras greves, apenas serve para descansar a auto-estima de alguns que pensam que com isso cumpriram a sua parte na luta, reclamando contra um Governo que a maioria elegeu. Muita gente que foi considerada como aderente à greve, apenas faltou ao trabalho, porque foi privado de meios para ganhar um dia de salário. Uns não tinham transportes, outros não tinham onde deixar os filhos. Houve uma escola perto de Lisboa, que funcionou sem refeitório, deixando a única opção de almoço, ao bar da mesma. Acontece que a maioria destas crianças, já tinham adquirido a senha de almoço e, sem dinheiro para mais, se viram assim privadas de, quem sabe, comer a única refeição decente do dia. Dá que pensar, o que andamos todos aqui a fazer. Se lutamos por uma vida melhor para todos, porque será que nos é mais fácil reclamar, exigindo com palavras vãs, que nos dêem os nossos direitos, ou por outro lado, devemos pegar no que ainda nos resta e ajudar o próximo? Ghandi um dia disse: "No Mundo há o suficiente para todos, mas não para a ganancia de alguns." Se cada um fizer um pouco, brevemente teremos muitos poucos, que se tornarão num todo. O país não precisa de paralisações, precisa sim de um pai que olhe por um filho, de um vizinho, que ajuda outro vizinho, de um colega que trabalhe em equipa e não em seu único beneficio e finalmente, de sangue novo na politica. Sangue empreendedor e que além dos direitos dos cidadãos, apresente também soluções concretas para os problemas. Deixem de eleger sempre os mesmos, que discutem nas televisões e depois vão jantar todos juntos, enchendo os bolsos à custa dos mais pequenos. Deixem de pensar pequeno. E não digam que não há mais soluções ou opções de voto. Existem muitos jovens que apenas esperam por uma oportunidade de fazer melhor.  

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A colecção de A a Z


Olá a todos. Hoje venho mostrar-vos a minha mais recente obra, pertencente à colecção de livros infantis de A a Z. Este último é sobre diversos países, os seus costumes, a sua História, bandeira e línguas faladas. Nesta terceira edição, as crianças podem pintar as bandeiras dos diferentes países com as suas respectivas cores, ao mesmo tempo que ficam a conhecer mais sobre eles e sobre os seus habitantes. Chama-se Crianças do Mundo de A a Z e já o podem adquirir em www.euedito.com. O preço dos livros foi reduzido, passando dos iniciais 10 euros, para o valor de 8 euros cada.
                                         
                                           

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Deitou uma lágrima e morreu



"Esperou por mim, para morrer.Foi mesmo à rasquinha. Morreu nos meus braços."
"Deitou uma lágrima e morreu."
Este foi o relato de um marido e de uma filha que acabaram de perder a sua esposa e mãe. Para trás ficam 3 filhos, um deles menor, e uma casa de boas recordações, os risos, os afectos, uma vida de trabalho, os amigos...
49 anos de vida, 49 anos de amor destribuido por todos os que a conheciam. Ao entrar naquela casa, agora mais vazia, o sorriso de Fátima é uma imagem impossível de não imaginar, uma imagem visível apenas pelo terceiro olho, mas que nos transporta para aquele dia em que falámos pela ultima vez. Não somos grandes ao ponto de entender os critérios de quem morre ou fica, apenas nos podemos lamentar por partirem os que ainda muita falta nos fazem.
A ti, amiga, desejo que finalmente tenhas o descanso merecido depois de tão dura provação. Sei que te manterás por perto. Pelo menos, no meu coração ficarás eternamente. ´

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Vitima do próprio crime

Todos os rios de todos os mares
Me levam ao mesmo céu
Tudo cai, passa e torna a subir
E nos entretantos da vida
Nos murmúrios do coração
Que suspira de cansaço
Volto a ser o que sempre fui
Sem lição aprendida
Estou dormente, inanimada
Estarei viva, afinal?
Serei apenas caco
Do espelho de outr'hora
Diz-me tu que tanto sabes
O que posso ser ainda
Depois de ter dado tudo
Após morrer e voltar a nascer
De tudo, pouco que dei
Que era tudo o que tinha
Nada sobrou de mim
Rejeitaste o bom, o mau
O assim assim
E criaste por fim
Tudo o que tens hoje
Apenas o que sempre fui
Sou vitima do meu próprio crime
Amei demais sem saber
Pagarei a minha pena
Reaprendendo a viver

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Os que ficam

A vida é curta e arrepiantemente frágil. Podemos compará-la com a água, quando, por mais que a queiramos agarrar, ela nos foge por entre os dedos. Hoje não venho aqui falar dos que vão, mas sim dos que ficam. Dos que ficam depois dos outros partirem. Existem duas formas de passar por uma perda de um ente querido: os que estão para partir, e têm tempo para despedidas e os que pura e simplesmente, desaparecem sem deixar espaço a um simples adeus. Uma das pessoas mais importantes da minha vida, partiu sem me dar tempo ou sequer hipótese de me despedir. Nestas circunstâncias, nada parece real. O choque inicial, leva-nos a ter uma experiência de quase saída do próprio corpo. Parece que estamos a assistir a um filme que nos é alheio, que não é nosso. Como se o ego, num sinal de protecção, nos fizesse acreditar que tudo aquilo são coisas dos outros e não coisas que também nos podem acontecer a nós. Depois,...bem, depois vem o pior. O regressar a casa e ver o cinzeiro ainda por despejar, convidando a um cigarro que nunca mais irá ser fumado. As palavras cruzadas incompletas, que terão como destino o lixo, permanecendo na mesma condição em que foram deixadas. O perfume na roupa, que teima em não sair. A agenda com inúmeras tarefas, que jamais serão cumpridas. Andava a estudar, quando o meu pai faleceu. Ainda hoje guardo os seus pertences, entre os quais uma agenda que prometia uma visita à escola, por causa de uma reunião. Mas há pior do que isto. Quando um dia acordamos e sentimos uma vontade insustentável de falar com essa pessoa. O que estava à distancia de um telefonema, passou agora a estar à distancia de uma vida. O corpo dói de tanta saudade, mas nada há a fazer. Nada, além de ter fé que a nossa história não acaba aqui. Que um dia destes, vamos finalmente estar juntos de novo. Com o passar do tempo, a dor é atenuada e as lágrimas vão lentamente escaciando, mas sempre com um sentimento de perda irreparável, como se tivesse levado consigo partes de mim, que nunca mais encontrarei. Os filhos nascem, constituímos família, e pensamos que isso nos devolve alguma paz. No meu caso, trouxe-me raiva e sentimento de injustiça, por não poder ter o avô dos meus filhos por perto. Mas, mais uma vez, quero acreditar que ele está por perto, mesmo sem o conseguir ver ou falar com ele. Resta-me passar a sua memória, contando aos meus filhos que fui realmente abençoada, por ter um pai como ele. São opções que temos que fazer, em prol de limitar a dor ao suportável e ultrapassar a perda. Optei por dar graças ao tempo que tivemos, deixando de lado o que podíamos ter tido.



(imagem retirada da Internet)

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Abraça-me


A vida passou nova rasteira
Neste emaranhado de caminhos
Por isso te peço que me olhes
E me tragas um carinho




(imagem retirada da Internet)

 Pára se puderes
 Por um segundo que seja
 Abraça-me e segura                                                                            
 Esta alma que fraqueja                                                                        

Sente a minha dor
Mesmo que não a sintas
Chora as minhas lágrimas
Mesmo que me mintas

Pois se mentes por amor
E ainda assim estás comigo
Não duvido ao pensar
Que és de facto meu amigo

Não é de palavras que preciso
Não é de avisos nem conselhos
Apenas de um abraço sentido
Para que não caia de joelhos

Porque a força do teu abraço
E o quente do teu carinho
Vai mudar a minha vida
Provando que não estou sozinho


quarta-feira, 13 de outubro de 2010

"E se o seu filho fosse pedófilo?"

Hoje, no programa da SIC, Companhia das Manhãs, falava-se de pedofilia. A questão que colocaram foi, se o público era a favor ou contra a castração química. O médico que estava presente em estúdio, era a favor da medida, mas tinha algumas relutâncias quanto à sua eficácia, dizendo mesmo que, nalguns casos poderia despoletar efeitos secundários, nocivos para a pessoa. Falaram muito sobre os direitos humanos do pedófilo, dizendo tratar-se de uma doença do foro psicológico, que tem que ser acompanhada. O médico até referiu, que muitas vezes o pedófilo não vê como se estivesse a fazer mal. Que sabe que são actos condenáveis para a sociedade, mas como não entende que esteja a praticar o mal, faz na mesma. Ora, eu também não vejo mal nenhum em ter dinheiro. Simplesmente, não saio por aí a assaltar bancos, só porque sim. Neste momento, já eu fervia de raiva. Porque será que se fala tanto sobre estes tipos e nada sobre o apoio que as vitimas deveriam receber? Porque será que temos que ser todos nós, inclusive os pais e familiares das vitimas, a pagar estes e outros custos? Estava eu quase a partir a televisão, quando liga para o estúdio uma senhora, que dizia ser contra a castração química, visto que "esses monstros", como lhes chamou, não merecem nada da sociedade, que aqueles químicos não resultam e rematando, que nem têm direito à vida. Claro que toda a gente no estúdio ficou perplexa. Não sei porquê! Esta senhora disse apenas o que a maioria de nós pensa, sobre este assunto. Foi então que Rita Ferro Rodrigues, perguntou a esta senhora o seguinte: "E se fosse o seu filho, o pedófilo, pensava da mesma maneira?" Por momentos a minha cabeça andou à roda. Foi uma óptima pergunta. A senhora respondeu que não se conseguia ver nessa posição e que só podia falar como mãe de uma menina de 11 anos. É certo que nem consigo imaginar o que seria ter um filho pedófilo, mas com certeza, se as penas para estes "doentes" fossem mais pesadas, não existiriam muitos filhos de senhoras, a cometer estes crimes. Um pedófilo é um assassino de personalidades. Um pedófilo tira a vida que uma criança poderia ter tido e troca-a por um emaranhado de maus sentimentos e perturbações psicológicas, quase insuperáveis. Em Portugal, deveria ser punido, com a pena máxima.  Portanto, Rita, se o meu filho fosse um pedófilo, que Deus me ajudasse a suportar a dor, mas não tenho dúvidas ao dizer, que embora estivesse com ele, ajudando-o em tudo o que pudesse, teria que pagar bem caro pelo seu crime.

(imagem retirada da Internet)

Quero um Bobin dos Bosques!

Ontem assisti a uma cena no supermercado, que me levou a pensar em prioridades. Estava na caixa, pronta a pagar as minhas compras e atrás de mim encontrava-se uma senhora com uma criança, que devia rondar os 4 anos de idade. Como qualquer criança, pedia um chocolate, que se encontrava bem posicionado numa prateleira perto da caixa. Digo bem posicionado, pois mandam as leis de marketing que assim seja, levando-nos muitas vezes a consumir produtos que não são prioritários à nossa subsistencia. Ou será que são? A mãe da menina, depois da insistência da filha, perguntou ao senhor quanto custava o chocolate.  Ao obter a resposta, pediu para excluir um pacote de arroz da sua conta, para poder levar o chocolate. Fiquei a pensar, porque será que não podemos ter tudo. Porque não podemos dar comer, vestuário, calçado, educação, saúde e, de vez em quando, um mimo extra aos nossos filhos, sem que para isso, tenhamos que dispensar uma outra coisa que nos fará falta? A resposta é clara, o dinheiro não chega para tudo. Mas o desiquilibrio em que vivemos, está longe de ser justo. Enquanto existem pessoas que se queixam do dinheiro que gastam com livros para a escola dos seus filhos, mas depois passam horas nas filas de lojas, porque saiu a nova Playstation XPTO, existem também aqueles pais que têm que dispensar um quilo de arroz, em troca de um mero chocolate. Claro que podemos dizer que as crianças passam bem sem um chocolate, mas por vezes a ânsia de dar o que não tivemos, fala mais alto. E se tivermos em conta a herança que os nossos políticos deixarão para as gerações vindouras, há que dar o que se pode, enquanto ainda se pode dar alguma coisa. Se quisermos aprofundar a questão, podemos ainda dizer que aquele pacote de arroz poderia alimentar uma família, levando-nos novamente a cair na tentação de pensar que aquela criança, afinal é uma das que tem sorte. Há sempre quem esteja muito melhor ou muito pior do que nós, mas ainda acredito que se pusermos o egoísmo de lado, poderemos viver numa sociedade mais equilibrada. Chamem-me sonhadora, mas sei que não sou a única a pensar assim. O que faz falta é um Robin dos Bosques. Só fazendo com que os grandes partilhem com os pequenos, se pode mudar o Mundo.

(imagem retirada da Internet)




quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Afinal há dinheiro!

Fui responder a um anuncio de trabalho onde, uma das clausulas para ser seleccionado, era não ter parentes a trabalhar naquele sítio. Achei correcto, pois evitava que houvesse algum tipo de preferência sobre os candidatos, baseado nalgum membro da família. Mas logo em seguida, recebi um mail de um amigo que fala sobre os diversos parentescos que existem no Governo. E tem lá de tudo; mães, cunhados, irmãos, filhos, etc.  Este documento fala também nas reformas escandalosas que algumas pessoas recebem. Foi uma coisa que sempre me fez confusão, o facto de se receber uma reforma pura e simplesmente porque alguém parou de desempenhar funções e não, como é normal ao comum mortal, porque chegou a altura de se reformar de vez. Ou seja, eu tenho que trabalhar até aos 65 anos para me reformar, independentemete dos vários trabalhos que desempenhar na vida. Enquanto há outros que saem de dirigentes do Governo e recebem logo uma reforma por isso, vão trabalhar para uma qualquer empresa e ao saírem acumulam outra reforma choruda, e assim sucessivamente. Se eu, cada vez que saísse de um trabalho, ficasse a receber uma reforma, já não precisava de trabalhar. Um exemplo, que não é dos piores, é o do nosso Presidente da Republica que, de acordo com o dito documento, neste momento recebe nada mais nada menos do que 3 pensões pagas pelo Estado, acrescido do valor que recebe com P.R. São elas 4.152,00 euros do Banco de Portugal, 2.328,00 euros da Universidade Nova de Lisboa e 2.876,00 euros pelo cargo que desempenhou como Primeiro Ministro. Ora, só as pensões dão a módica quantia de 9.356,00 euros por mês. Mas vocês podem dizer que são pessoas com muitos estudos que têm a responsabilidade de governar o país e como tal merecem estes valores. Mas, tal como disse, este documento que recebi, fala também de um senhor que foi nº 2 na câmara de Lisboa, na altura de  Jorge Sampaio e de Mário Soares , de seu nome Vasco Franco. Este senhor com 50 anos de idade foi aposentado, estando a receber uma pensão de 3000 euros, como Técnico Superior de 1ª classe, apesar das suas habilitações literárias se resumirem ao 9º ano. Como é que isto é possível, também eu gostava de saber. O que prova tudo isto, é que sendo estas afirmações verdadeiras, (e acredito que sim) não há razão nenhuma para não percebermos porque nos pedem constantemente para apertar o cinto e viver nas extremas dificuldades que vivemos. Portugal tem que acordar de vez! Já não é só a nós que estes senhores roubam, é sim ao futuro dos nossos filhos, impedindo que estes tenham o direito a serem crianças, impedindo que eles tenham o direito de ser cidadãos formados e produtivos. Isto é, se forem filhos de pessoas honestas, com poucos recursos e trabalhadoras. Porque se forem filhos de Ministros, Gerentes de Empresas ou de Presidentes de uma qualquer instituição, o seu futuro está garantido, sem muito esforço.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Feitas as contas,...esquece lá isso!

Muito se tem falado nos últimos tempos sobre novos autores da literatura portuguesa. Poucos são aqueles que ainda não editaram um livro, seja por edições de autor, seja através de editoras, existindo mesmo quem o faça através de pedido de impressão por demanda, ou seja, mandando imprimir apenas o que o autor quiser comprar. Foi o que fiz com as minhas obras, visto não ter recursos para fazer a coisa de modo diferente. Através do pedido por demanda, podemos editar um livro sem ter que pagar muito mais do que a sua impressão e sem ter que adquirir centenas de exemplares, que eventualmente, teríamos que armazenar em casa. Mas mesmo recorrendo a este método mais económico, temos o problema da divulgação. Depois do livro editado, precisamos de divulgar a obra, o que se torna complicado. Então começamos a enviar o original para várias editoras, a fim de o fazer. Esta foi a proposta que recebi duma dessas editoras, que por motivos éticos, não vou divulgar o nome. Tenham em conta antes de lerem o resto, que cada livro me sai a 6 euros por demanda. O email recebido começava por dizer que depois de avaliarem a obra e o impacto da mesma no mercado livreiro, gostariam de publicar o meu livro. Depois... bem, depois, veio a parte pior. Para começar, teria que adquirir 250 livros duma primeira edição de 500. Teria que os adquirir pela módica quantia de 10 euros cada,o que multiplicado por 250 dá a simpática quantia de 2500 euros. Os outros 250 seriam então destribuidos pelas livrarias do país, tendo como valor de venda ao publico 13 euros. Desses 13 euros eu receberia 10% de comissão, o que perfaz 1,30 euros por livro vendido. Ou seja, se eu tivesse a sorte de vender os livros todos da primeira edição (500 exemplares), colocando os 250 que comprei ao mesmo preço de 10 euros, no final e feitas as contas eu receberia 2850 euros.  Tirando a isto o que já tinha pago à editora, ficaria com 350 euros. Por seu lado, a editora receberia 5750 euros.  A editora teria um lucro de 5400 euros. Podem vocês dizer que a editora não vive do ar e que tudo isto envolve custos, mas enquanto a mim o livro  por demanda me sai a 6 euros, à editora deverá sair a perto de 4 euros. Ora 500 livros a 4 euros cada dá 2000 euros. Eu pago 2500 de inicio, o que cobre e sobra a elaboração do livro. Quando confrontada com o facto de me ser impossível despender de tal quantia, a editora responde que visto  ser a obra de um autor desconhecido, não pode a editora correr riscos.  Mas sendo assim, nunca poderei ser conhecida, pois não tenho dinheiro para isso. Muito bem, sendo assim, pergunto eu nesta minha ignorância sem limites: Será que todos aqueles autores de renome da nossa praça estão cheios de dinheiro e escrevem por desporto, ou qual é o nome da editora que apostou neles (mesmo sem dinheiro) e os lançou como escritores? Tudo isto me faz lembrar a história do tão falado Zé Cabra, que teve que pagar a uma editora para gravar um disco. Falta saber se a minha obra é tão má que tenho que pagar para a ver publicada, ou se por outro lado esta é uma boa maneira de algumas editoras ganharem dinheiro fácil. 

O que me move

Querer e não ter
É o que me move
Se tenho não quero
Se quero não tenho
Mas afinal o que tenho
Foi o que sempre quis
E o que não quero
É aquilo que tenho sempre
Quero ser feliz
Tenho poder para ser
Quero ter poder
Tenho força para vencer
Quero vencer no mundo
Mas até isso já fiz
Aqui cheguei
Aqui venci
Mas ainda não percebi
Será que tenho                                                                  (imagem retirada da Internet)
Será que não
Tenho com certeza
E se não tiver o que quero
Tenho o que sempre quis



segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A formiga no carreiro anda em sentido contrário

Se duvidas havia que o programa Ídolos tem elementos do júri tendenciosos e onde não fica explicito por que critérios são avaliados os concorrentes, ontem ficou claro como água que assim é. Uma concorrente, de seu nome Sandra, interpretou, do meu ponto de vista, muito bem, a canção de Zeca Afonso "Trás um amigo também". Sem tentar imitar o original,  deu-lhe alma ao interpretá-la à sua maneira, acompanhando à guitarra. Acho louvável, que uma pessoa de 24 anos apenas, pegue numa musica que corresponde a tempos tão marcantes da vida do país e tenha tido a coragem de fazer a sua própria interpretação, dando-lhe um tom fresco e actual. Esta não foi de todo a opinião do júri do Ídolos. Sandra foi acusada de ser uma hippie-chique (seja lá o que isso for); perguntaram-lhe se queria seguir carreira de cantora ou ir salvar baleias (não sei bem qual a relação); acusaram-na de ir ali cantar musica popular portuguesa e não música pop; por fim ainda lhe deixaram o recado de evitar esquerdismos. Um dos jurados até deixou nas mãos de Sandra a hipótese de votar por ele (tipo Pilatos, lavando as suas mãos). Tudo isto me leva a levantar várias questões:
- O que pretendem que cante um ídolo português?
- Como querem que se cante em português, se não se pode cantar musica popular, de intervenção ou outras?
- Se estamos em Portugal, porque não um Ídolos só com musica portuguesa?
- Que é feito da criatividade do país, quando a televisão portuguesa precisa de pagar balurdios para comprar formatos de programas estrangeiros, tendo tão bons artistas em Portugal?
- Por que critérios se regem os jurados para passar ou chumbar um concorrente?
Sandra, depois de levar com um churrilho de criticas sem fundamento, lá passou. Na minha opinião, de outro modo não poderia ser, visto que merecia passar. Mas, senhores jurados, se a intenção de a passarem foi para não serem chamados de tendenciosos (ou pior), já foram tarde. Em democracia temos o direito de nos expressar como entendermos e penso que os candidatos a ídolos de Portugal não vão ao programa para serem julgados pelas suas tendências politicas, mas sim pela qualidade da sua voz e presença em palco. Tristemente, cada vez me surpreendo menos com este tipo de coisas, visto vivermos numa democracia podre, onde tudo podemos desde que seja baixinho ou calados.
Quanto a ti, Sandra, ontem foste sem duvida o meu ídolo português. Mantiveste a calma mesmo estando a ser criticada injustamente, foste mais bem vestida que alguns dos elementos do júri e mostraste o que eras sem medo das consequências. Se é o que realmente queres, segue a musica, mas não mudes quem és só porque te dizem como pensar ou agir. O que mais há em Portugal é projectos de doutores e carneiros que seguem o rebanho mesmo no sentido do abismo. Ás vezes à que ser "a formiga que anda no carreiro em sentido contrário".

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Quem quer ser policia?

Imagine um emprego onde recebe um ordenado de 600 euros. Desses 600 euros, tem que pagar a sua farda. Para ganhar dinheiro extra, pode fazer gratificados nos seus dias de folga, mas por mais que os faça, pode passar anos para os receber. Esta é uma profissão de risco, por isso, sempre que sai de casa para o trabalho, nunca sabe se volta ferido ou mesmo sem vida. Depois de muitos anos de luta nesta profissão arriscada e difícil, eis que chega a reforma. Mas nem assim pode respirar de alivio. Se por exemplo, um vizinho implicar consigo e fizer queixa de si, pode incorrer num processo disciplinar, que poderá levá-lo a perder a reforma. Se um policia , ao desempenhar as suas funções, atirar sobre um criminoso e o matar, pode perder o emprego e ter que pagar indemnizações aos familiares. Se o contrário suceder, temos pena do policia e por bom comportamento ou falta de idade do criminoso, soltam-no prematuramente ou nem o prendem.Muitas vezes a coisa corre bem. Os policias apanham os criminosos e fazem cumprir a lei. Todos ficamos mais seguros, pelo menos por umas horas, até os tribunais decidirem soltar os ladrões, violadores ou assassinos por motivos alheios à nossa compreensão. Mesmo assim, lá vão eles todos os dias para o seu posto de trabalho, sendo as primeiras pessoas a quem ligamos em caso de aflição, sendo os primeiros a dar o corpo e a alma ao serviço da população. E por muitos anos que passem, muitas vezes as suas carreiras não evoluem. Os riscos são os mesmos, o salário também e o perigo do suicídio ou o de pular o muro e passarem eles próprios a criminosos, vai aumentando. Quem tenta construir um país em cima de tais alicerces, só poderá ver o desabamento de estruturas que foram erguidas em areias movediças.
Tenho pena dos 50 policias que foram destacados para vigiar a manifestação de hoje, no Terreiro do Paço. Muitos deles, se não todos, com vontade de se juntarem aos colegas na defesa dos seus direitos, mas mais uma vez cumprindo o seu dever de proteger a população, mesmo contra a sua vontade.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Tempo para que te quero

De que nos serve o tempo
Que nos faz correr com pressa de chegar
Que chegando a lugar nenhum
Nos faz implorar para que ande para trás.
Que nos sufoca sempre que se esgota
Implorando por mais um pouco
Como se de ar se tratasse
Somos prisioneiros do passado
Do bom que soube
Da dor que deixou
Somos escravos do presente
Maldizendo a vida que temos
Fugindo do passado para o futuro
Com medo de nos perdermos no agora
Somos dependentes do futuro
Optimistas esperando melhoras
Pessimistas ansiando a morte
Todos com o intuito de calar a dor
O tempo, esse ri-se de nós
Pobres dos Homens que não entendem
Que não são eles que são do tempo
Mas sim o tempo que lhes pertence

Diz-me de onde vieste

Para muitos de nós é mais fácil pensar que nascemos, procriamos e morremos. Para outros, custa a acreditar que a vida seja apenas esse percurso simples e recto, levando-nos muitas vezes a indagar sobre o verdadeiro significado do caminho que percorremos. Seja qual for o seu caso, de certo que a certa altura da sua vida parou para pensar o que faz aqui, como cá chegou e o que acontecerá após a morte. Ninguém tem uma resposta concreta a estas questões, por isso apenas nos podemos valer dos nossos instintos, daquilo a que nos propomos a acreditar e muitas vezes de histórias que, embora não possamos explicar, acontecem nas nossas vidas ou perto de nós. A história que vou contar aconteceu com uma amiga minha, Joana. Joana era uma céptica e sempre que eu lhe falava nestes temas, nunca me dava saída, dizendo sempre que não acreditava em nada disso. Foi por isso que muito me admirou que viesse falar comigo sobre o que sucedia com a filha. O que me leva a pensar que existe muita gente que diz não acreditar, mas na realidade apenas têm medo do desconhecido. Com ar preocupado, contou-me que a sua filha de 4 anos se levantava todas as noites de madrugada, se dirigia ao quarto da mãe para a acordar e depois deambulava pela casa de olhos arregalados, a relatar que o candeeiro estava a abanar, olhando pelas janelas dizia que estava tudo a ruir, que o chão tremia. O pânico no seu rosto era evidente, mas o mais curioso era que enquanto relatava o que via, ia dizendo à mãe para ter calma, que estava tudo bem. Joana ficava desesperada, sem saber o que fazer. A criança ficava excitada e cansada, adormecendo por fim quase de manhã, e sempre ao colo da mãe. A situação estava a ficar insustentável. Já tinham tentado tudo, vários médicos que submeteram a filha a um batalhão de exames, tanto à cabeça como ao coração. Até com um psicólogo falaram, mas sem sucesso. E as noites de pânico continuavam. Foi por isso que Joana, desesperada, me perguntou se não conhecia ninguém que a pudesse ajudar a nível espiritual. Encaminhei-a a uma pessoa de minha confiança que trabalhava com regressão. O que descobrimos foi extraordinário. Ao que parece, a filha de Joana, tinha vivido na altura da guerra da Bósnia, entre 1992 e 1995. Tanto ela como a sua família morreram dentro de uma casa que foi bombardeada. A menina assistiu a tudo, tendo partido neste cenário de horror, com o chão a tremer, prédios a ruir, tudo a abanar. Visto que voltou a encarnar em 2000, trazia ainda presente na sua memória episódios da sua vida anterior, o que era desplotado quando atingia um certo nível de ondas cerebrais ocorridas durante o sono profundo. No seu intimo, a filha de Joana sabia que a sua nova mãe nunca poderia saber o que se passava e por isso, embora precisasse do seu apoio e conforto, tentava acalmá-la. Depois de várias sessões de terapia regressiva, as noites começaram a ser calmas, como se nada daquilo tivesse existido. Claro que Joana deixou de ser céptica em relação a este assunto. Quanto a mim, apenas veio confirmar aquilo em que, mesmo sem provas concretas, acredito como certo.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Nova arma nas escolas

Li hoje uma noticia no jornal que dava conta de uma zaragata entre dois alunos do Colégio de Santo André, na Venda do Pinheiro, em Mafra. Ao que parece um dos miúdos atirou uma mochila ao outro, provocando-lhe um traumatismo craniano, que só foi detectado pela mãe deste quando o foi buscar à escola e, ao perceber que o filho se estava a sentir mal, o levou ao hospital.  Esta história serve apenas de introdução ao assunto que vos exponho hoje. Isto só prova que os nossos filhos carregam peso a mais todos os dias nas suas mochilas. O que cómicamente (ou não) me leva a pensar que andam armados de um poderoso meio de defesa em caso de um qualquer ataque à sua integridade física. Já não bastavam as armas de fogo e as conhecidas ponta em mola, agora temos também as mochilas. Só falta saber se têm força para arremessar com ela. Quando tanto se fala em obesidade infantil, em educação sexual nas escolas,  e outros temas relacionados com a saúde das nossas crianças, pergunto eu: para quando cacifos nas escolas para os alunos?  E já agora! Num país em que cada vez mais se fala de ecologia e de reciclagem, porque é que todos os anos os livros são diferentes? Quantos livros usei eu de familiares que andavam uns anos à minha frente. E que bem que sabia à carteira dos meus pais, que em vez de comprarem mais livros, apenas tinham que arranjar uma boa borracha e apagar os exercícios já resolvidos. Parece-me a mim que todos ganham com esta opção. Como diz o anuncio: "as crianças ganham, os pais ganham, o planeta ganha...". Quem de certeza não ganha tanto são as editoras, mas com esse mal podemos nós bem.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Kiwi, o mulherengo do pomar

O kiwi é um fruto oriundo da China, mas já se vê muitas plantações deste fruto cá em Portugal. Conhecido como portador de uma alta quantidade de vitamina C, o kiwi nasce de uma planta trepadeira dióica. Não, dióica não é um palavrão nem um erro ortográfica. Dióico significa que é uma planta de flores masculinas e femininas em indivíduos diferentes. Isto é, existem nesta espécie plantas totalmente femininas e plantas totalmente masculinas, o que significa que têm que ser plantadas em conjunto para assim se reproduzirem. E aqui começa o curioso da questão; é que descobri que o kiwi é bígamo. Ou no caso dos kiwis que não contraíram matrimónio, é um mulherengo de primeira apanha. Se não, vejamos: dizem os entendidos que um pomar de kiwis deve ter um mínimo de 9 plantas, onde 8 serão femininas e a restante masculina. Dizem também que a planta masculina deve ser plantada no meio das outras, servindo assim de polinizadora. Outra curiosidade é o facto de a planta masculina dar flor fornecendo o polén  e a planta feminina dar flor fornecendo os frutos.  Esta planta pode durar cerca de 50 anos e é muito produtiva, podendo gerar 1000 frutos por planta. O kiwi é extremamente benéfico para a nossa saúde; não tem colesterol, tem propriedades anti oxidantes que previnem o envelhecimento das células e a formação de rugas na pele,  reduz o risco de tumores, tem efeitos anti-cancerígenas e anti-inflamatórios, reduz o risco de doenças artériocoronarias e fortalece o sistema imunitário. Os primeiros frutos desta planta ocorrerão no terceiro ano de vida.
 Dito isto, se o kiwi fosse um homem seria um felizardo. Primeiro teria uma vida sexual extremamente activa e sempre rodeado de pelo menos oito mulheres. Depois, não precisava de trabalhar quase nada, visto que carrega com florzinhas com polén enquanto a mulher carrega com os filhos. Nem tinha que se dar a muito trabalho sexual, pois a polinização é feita elas abelhinhas e outros insectos. Em seguida, um homem com esta vida, também não precisava de durar muito mais que 50 anos, visto que deixava uma família de 1000 descendentes. Nunca teria problemas de saúde durante a sua vida, com tanta vitamina, sem colesterol e, obviamente sem stress. Na perspectiva feminina, a única coisa relevante é o facto de gozarem de 3 anos sem filhos, mas com muita saúde e tempo livre para a gozar, pois o seu companheiro teria que dividir o tempo com outras 7 mulheres. 

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Nem só de pão vive o homem

Todos os dias passava pelo átrio daquela igreja e via à porta, sentado nos degraus um homem de meia idade, barba e cabelo comprido, roupa gasta e suja, evidenciando a sua condição de sem abrigo. Muitas vezes dei por mim a pensar o que teria levado aquele homem, como tantos outros, a chegar aquela situação. Onde estaria a sua família? Será que tinha família? E se a tinha, que conjunto de situações poderiam ter levado aquele homem a viver na rua, dependente das esmolas alheias e sujeito aos maus tratos duma sociedade que condena pessoas que não têm vidas ditas normais? Passei por ele vezes sem conta e sempre que o fazia, sem saber porquê tinha vontade de o abordar. De pelo menos lhe perguntar o seu nome, de saber se existia algo que eu pudesse fazer para o ajudar. Não como uma "caridadezinha" que me abriria as portas do céu, mas sim como um ser humano que reparou no sofrimento de outro, não podendo manter-se indiferente a tal. Estávamos em Janeiro, num dia que era já noticia nos jornais como o dia mais frio do ano. Mais uma vez, ao regressar do trabalho, encontrei o homem, como sempre, sentado nas escadas da igreja, esfregando as mãos cheias de nada, esperando por coisa nenhuma. Dessa vez, perdi a vergonha e o medo de ser mal interpretada e dirigi-me a ele. Sem saber muito bem como o abordar, perguntei-lhe se gostaria de me acompanhar à pastelaria em frente, a fim de comer alguma coisa. Disse-me que gostaria muito, mas que não lhe era permitido entrar na pastelaria, sob pena de ser corrido, devido ao seu aspecto. Reparei que, por de trás da barba e cabelo compridos se escondiam uns enormes olhos azuis, que teimavam em fixar o chão sem me encarar. A vergonha era um traço visível na sua expressão. Mas mesmo no estado mal tratado em que se encontrava, conseguia perceber que era um rosto bonito. Disse-lhe que voltaria e caminhei para a pastelaria. Quando regressei para junto do homem com o saco que continha sopa, sandes e sumo, fui recebida com espanto, como se o facto de eu voltar e ainda por cima com uma refeição para si, fosse uma coisa impossível de acontecer. Ao pegar no saco, olhou-me nos olhos pela primeira vez e chorou. Disse - "Muito obrigado! Não acredito que se tenha dado a todo este trabalho por minha causa. " Perguntei-lhe como se chamava. Respondeu que se chamava Rogério. Depois,...bem... depois foi quando aconteceu o que ainda hoje não consigo explicar. Senti-me subitamente invadida por uma necessidade enorme de abraçar aquele desconhecido. Fiquei emocionada com o facto do meu acto, sendo tão pequeno e banal, o mínimo que alguém faria, pudesse ter tido um impacto tão grande em Rogério. Sim, abracei-o, um desconhecido que precisava desesperadamente de um abraço, que estava sujo e rendido ao seu triste destino.  E sabem que mais, senti naquele momento que ganhei mais do que aquilo que dei. Não sei explicar porquê, mas foi com esse sentimento e com algumas palavras de conforto que deixei Rogério. Quando penso neste episódio, pergunto onde estará ele neste momento? Será que fez tanta diferença para ele como fez para mim aquele abraço? Será que por breves momentos, fomos apenas dois seres iguais, sem preconceitos, apenas unidos pela necessidade de dar e receber carinho e compreensão? Seja como for, para mim foi com certeza uma das experiências mais marcantes da minha vida. Foi nesse momento que o provérbio "nem só de pão vive o homem" fez sentido para mim.

sábado, 28 de agosto de 2010

Pobre não tem férias, apenas muda de sitio


Há já algum tempo que não escrevo no blog porque estive de férias no norte do país. Se é que se podem chamar férias àquilo que passei nos últimos dias. Embora sair de Lisboa, rumo a um destino cheio de espaços verdes e de ar puro seja agradável, acabamos por não deixar a rotina de lado, só podendo defenir como férias o facto de viajarmos para longe da agitação da capital. Se não, vejamos: um casal com filhos, com idades compreendidas entre os 10 meses  e os dez anos, viajam para uma casa de família na terra. O primeiro dilema é meter a bagagem toda no carro, (onde viajarão 5 pessoas, dois adultos e três crianças). A mala do carro não é grande, e a viagem tem muitas vezes que ser feita de pernas abertas, para caber mais um saco à frente. Pelo caminho, os mais novos, cantam, choram, gritam e passado 30 minutos de caminho, começa a famosa canção do "falta muito para chegarmos?" A vontade e pressa de chegar é tanta, que o condutor não põe sequer a hipótese de parar pelo caminho, uma vez que seja. O rádio vai ligado, mas com os vidros abertos, não se ouve mais do que um ruído de fundo. Em contrapartida, a ausência de ar condicionado, não nos permite fechar os vidros, sob pena de sufocarmos de calor. Após 3 horas de viagem que mais pareciam 3 dias e depois de 452 "falta muito para chegarmos?", finalmente podemos esticar as pernas. É como aprender a andar de novo. De seguida, colocar toda a tralha em casa e começar a pensar no almoço. Para começar em beleza, vamos almoçar fora. Depois, fazemos as compras, a fim de cozinhar em casa as próximas refeições. E já está; começa a rotina das férias. Embora sem horários rígidos a cumprir, e entre passeios e festas de verão, temos sempre que fazer almoço, jantar, lavar, estender e passar roupa, lavar louça, enfim, o mesmo que fazemos o resto do ano, mas com uma vista impressionante de montes e vales em vez da imagem da vizinha da frente em cuecas ou do vizinho do lado a fumar um cigarro à janela. Para ajudar à festa, a televisão com antena interior, apenas apanha 3 canais, o que com a óptima programação da televisão portuguesa, nos remete e ver a Júlia Pinheiro ou o Figueiras à tarde, as novelas à noite e com um pouco de sorte e falta de sono, um filme que já vimos 300 vezes, lá prás 2 da manhã. Das noticias nem vale a pena falar; vai desde os incêndios, aos acidentes de viação, a menores violados, sem deixar de poder referir a famosa e sempre na moda crise do país.  No meio de tudo isto, ainda temos tempo para dar em doidos com os miúdos, que passam a vida a engalfinharem-se uns nos outros ou a juntarem-se para fazer disparates. E assim passam 15 dias de "descanso". Não sem antes metermos tudo no carro outra vez, com a nítida sensação que levamos mais coisas do que as que trouxemos, sem saber muito bem onde encaixar tanta tralha, viajar por mais 3 horas e descarregar tudo outra vez para casa. E depois de toda esta canseira a quem alguém chamou de férias, chego à conclusão que pobre não tem férias, apenas muda de sitio. Como seria bom ter dinheiro para passar uns dias num hotel, com pensão completa. Enquanto esse dia não chega, vamos-nos dando por felizes por termos feito uma viagem sem problemas, por termos filhos saudáveis e por termos comida sobre a mesa. E que isto se mantenha por muitos e longos anos.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Um bem haja a todos vós


Olá a todos. É com muito agrado e satisfação que tenho vindo a constatar as novas aderências ao meu blog. Folgo em saber que além do povo português, também o brasileiro se identifica com a minha escrita. É bom demais saber que no outro lado do mundo existem pessoas a falar a mesma língua que eu e que ainda por cima, gostam do que mais prazer me dá fazer na vida: a escrita. Não sou pessoa de palavras caras, o textos em que tenho de consultar o dicionário de 5 em 5 minutos, não são para mim. Da minha limitada escolaridade, tento traduzir simplesmente o que me vai na alma, sem floreados, indo directo à questão, como se de uma conversa normal convosco se tratasse. Um muito obrigado a todos os que visitam o meu blog. Os vossos comentários são sempre bem vindos, mesmo que sejam para criticar algo com o que não concordam. Só desta maneira consigo evoluir e criar de um modo mais amplo e justo.  Se por acaso tiverem alguma sugestão, no sentido de melhorar este blog, por favor, não exitem em dizer. Agradeço a vossa divulgação ao meu trabalho e como não poderia deixar de referir, procurem pelos meus livros em www.euedito.com . O ultimo trabalho, O princípio de um fim qualquer, está à venda no site da editora. Em mensagens mais antigas, podem ver um pequeno resumo da obra, bem como algo sobre os meus dois livros para crianças. Sem querer parecer a nossa saudosa Amália Rodrigues, aqui deixo mais um muito obrigado a todos vós e um abraço amigo.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Quando a alma é maior que o corpo


Ninguém consegue ficar indiferente quando alguém como António Feio parte, deixando para trás uma imagem de coragem de quem, antes da partida não se deu nunca por vencido, rindo da doença que o consumia. Isto faz-nos olhar para dentro de nós e perguntar mais uma vez, qual o sentido da vida, se depois de tanta luta somos derrubados. Mas será que é assim, ou esta é a maneira limitada com que encaramos uma perda desta natureza? Hoje, ao pensar um pouco em tudo isto, cheguei à conclusão de que existem pessoas que têm uma alma que não cabe no corpo. Lembro-me saudosamente do nosso querido Raul Solnado que se despediu carinhosamente de todos nós antes da sua partida, com saudades e com tristeza por, como disse "ir contrariado". O seu discurso era de alguém que tem saudades do futuro. Isto parecia-me confuso até ao dia em que numa viagem que fiz e ao observar a paisagem que me rodeava, dei por mim a pensar que no dia em que eu partisse, teria muitas saudades deste lugar chamado Terra. É certo que não sei para onde irá a minha alma, nem tão pouco se voltarei aqui, apenas sei que o sentimento de saudade que se apoderou de mim foi tão forte como se já tivesse partido. Por isso digo que são saudades do futuro. Podem chamar-me louca ou criticar a minha maneira de pensar, mas tenho em mim que o que nos faz sentir bem é com certeza o caminho certo. Por isso, até alguém me explicar o sentido de uma vida como a de António, que lutou com unhas e dentes, que mais parecia que se preocupava em nos aliviar a dor do seu próprio sofrimento, do que com a sua condição física, até esse dia, prefiro pensar que fez o que precisava de ser feito aqui e continuará a fazê-lo num outro sitio. Que seja eternamente lembrado como mais um dos marcos deste país, que faça com que os senhores ministros comecem a dar mais valor a pessoas que dedicam a sua vida a entrar em nossas casas, não para fazer promessas e para falar da crise, mas sim para nos fazer sentir um pouco mais felizes. Por mais lamentações que hajam depois do desaparecimento destas personagens, muito ainda tem que ser aprendido no sentido de mostrar ao mundo a qualidade dos nossos actores, escritores, e artistas em geral. Que deixem de passar um chorrilho de telenovelas seguidas até às 2 da manhã e passem a mostrar o nosso teatro, o nosso cinema. Programas legitimamente portugueses, com artistas tão queridos de todos nós, muitos no desemprego, largados no esquecimento. Não esperem por uma doença fatal, não esperem por uma morte, não esperem por mais nada. Deixem-se de "conversas da treta" e dêem a Portugal o novo Parque Mayer. Deixem os artistas fazerem o que melhor sabem, deixem que mostrem ao mundo o que Portugal tem de melhor. Isto é o mínimo que podem fazer por pessoas como António Feio e tantos outros, que dedicaram as suas vidas a este povo.

(imagem retirada da internet)

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Olho por olho e a humanidade ficará cega



O mundo está louco. Ou melhor, o ser humano está demente. Todos os dias e cada vez mais nos deparamos com noticias de pais que matam os próprios filhos, de filhos que matam os pais, de vizinhos que se matam por um jogo de futebol, de pessoas que matam por "amor", de pessoas que matam por raiva e desespero. Até parece que é fácil tirar a vida a um semelhante. Não precisa de haver um motivo sólido e concreto. Apenas a vontade de matar, por esta ou aquela razão. Parece que o pensamento não consegue alcançar a razão ou até mesmo o acto de tirar a vida ao outro. As pessoas agem cada vez mais sem pensar e quando pensam, fazem-no fixados numa obsessão que apenas parece ter solução com o desaparecimento físico do outro.Tal como disse Ghandi, "Olho por olho e a humanidade ficará cega".  As consequências, essas não vêm ao caso. Em Portugal, não serão assim tão graves como isso, ficando muito àquem do sofrimento das vitimas e familiares. Apesar de fecharmos os olhos e pensarmos que só acontece aos outros, isto não é verdade. Ninguém está livre de atravessar o caminho de uma pessoa destabilizada emocionalmente e de passar por uma situação idêntica. Continuo a pensar que para combater este problema, temos que começar de raiz. Temos de começar pelos mais novos. Temos, como pais, professores, e todos os envolvidos a deixar de virar as costas ao problema e de tentar criar adultos fortes e de mente sã. Claro que isto é quase um otupia nos dias que correm. Eu por exemplo conheço uma pessoa que atravessou uma fase de divórcio e começou a ter problemas com a educação do filho. O miúdo revoltou-se com a situação, começou a tirar más notas, a arranjar brigas com os colegas e por fim a maltratar verbalmente a professora. Preocupada a minha amiga foi falar com a psicóloga da escola, a fim de receber ajuda para lidar com a situação. Esteve com ela mais de duas horas a contar a vida toda do rapaz. A psicóloga disse que iria falar com o miúdo e que depois entrava em contacto. Já passou um ano, o ano lectivo está quase a começar de novo e nada de noticias. A não ser a de que a psicóloga entrou de baixa de parto e não foi substituída. Claro que o ideal seria a minha amiga pagar um psicólogo do bolso dela, mas como não é possível, lá vai fazendo o que pode, entre horários de trabalho sobrecarregados e sem fins de semana livres para passar algum tempo de qualidade com o filho, na tentativa de "não lhe faltar nada". Um psicólogo não faz milagres, mas em muitos casos, poderia ser uma grande ajuda na prevenção de casos que muitas vezes acabam mal. As crianças são cada vez mais deixadas à sua sorte. E como se não bastasse, temos a eterna contradição: dizemos-lhes para se defenderem, mas não os ensinamos a protegerem-se. Queremos que cresçam confiantes e destemidos, mas dizemos-lhes (no intuito de os proteger) que existem pessoas muito más que raptam os meninos e lhes fazem mal. Lembro-me que quando se deu o tão falado caso da Maddie Macken, o meu filho, na altura com 6 anos, me ter perguntado se eu era capaz de o matar. Fiquei escandalizada com a pergunta, mas por aqui se pode ver até onde vai a mente de uma criança, que por uma simples noticia na televisão, vê o seu mundo ameaçado pela pessoa que lhe deu a vida. O futuro está nas crianças, mas somos nós os responsáveis pelo futuro que iremos ter.

sábado, 24 de julho de 2010

JAMPAIAS - Um paraíso no Alentejo

Aqui há uns anos atrás, visitei um sitio que mudou a minha vida. Decidi fazer um retiro espiritual com uns amigos e o local escolhido foi a Herdade João Pais de Cima (Jampaias) situada no Alentejo. Parti nesta aventura ao desconhecido, visto não fazer a mínima ideia do que seria um retiro espiritual. Pensei tratar-se de um sitio onde desfrutaríamos de paz, tranquilidade e muito sossego. Não estava enganada, foi exactamente o que encontramos, mas deu muito trabalho. Contradição, dirão vocês. Mas foi assim mesmo. Chegamos já de noite e com alguma fome. Qual não foi o meu espanto, quando me deparei com comida totalmente vegetariana. "Vou rapar uma fome!", pensei eu. Enganei-me. Pratos muito bem confeccionados, com alto valor energético e muito saborosos. Tudo produzido com produtos biologicamente criados na Herdade. Aliás, na Herdade tudo é natural. Na entrada deparamos-nos logo com grandes painéis solares que geram a energia necessária para aquecimento de água e da casa e para termos luz. Por esse motivo, só alguns felizardos puderam tomar banho com água quente. Depois de jantar, fomos informados que ali todos tinham que trabalhar. Deste modo, dividimos-nos por grupos e cada um à vez tomou conta da cozinha a fim de lavar a loiça das refeições. Também teríamos que fazer as nossas próprias camas de manhã ao levantar. Nada que não fizéssemos em nossas casas e até foi uma boa experiência, pois muitos de nós não se conheciam e isso ajudou a quebrar barreiras nas apresentações. Fizemos muita meditação, reiki, yoga, shiatsu e mais algumas terapias que já não me recordo. Uma das coisas mais engraçadas que me aconteceram ao fazer meditação, foi dar pelo som de alguém a ressonar. O engraçado disto, é que a pessoa que ressonava era eu, mas o relaxamento era tanto que me ouvi nitidamente, julgando tratar-se de outra pessoa. Por isso disse no inicio que nos fartámos de trabalhar para sentir paz e sossego. Na primeira noite que lá dormimos, fomos informados de que seriamos acordados no dia seguinte às 7 horas da manhã, pelo som de uma taça Tibetana. Pensei automaticamente que só acordaria se me dessem com ela na cabeça, mas mais uma vez estava enganada. Fiquei bem longe da porta do quarto, mas assim que o som soou, despertei como se tivesse ouvido o Big Ben.
Lembro-me que ouve um dia em que depois da meditação e da caminhada que se seguiu, o pessoal tinha tanta fome que já não podia andar mais. Ao chegar à sala de refeição, deparámos-nos com uma mesa recheada de iguarias e no centro uma grande travessa de pasteis de bacalhau. "Pasteis de bacalhau? Mas a comida não é toda vegetariana?" Pois é, mais uma vez fomos deliciosamente enganados. Os pasteis que pareciam e cheiravam a pasteis de bacalhau, eram pura e simplesmente pasteis de batata. Uma delicia que era difícil parar de comer. Aprendi muitas coisas nas Jampaias, e até trouxe de lá um truque para fazer a sopa ficar com um sabor totalmente diferente e muito mais apetitosa. Correndo o risco de divulgar um segredo culinário, deixo aqui uma maneira diferente de fazer uma simples sopa, mas que muda totalmente o seu sabor. Experimentem, em vez de cozer os legumes em água e depois triturá-los, refoga-los apenas num pouco de azeite e em seguida, cobri-los com água a ferver, deixando a sopa acabar de cozinhar. No final triturem então os legumes e, depois de apagar o lume, polvilhem com ervas aromáticas. Fica uma verdadeira delicia.
 Existe também uma pequena sala com artesanato com coisinhas simplesmente deslumbrantes e que fizeram as delicias de quem quis umas lembranças para levar para casa.  Aconselho vivamente a visitarem este espaço, de conforto e com um ambiente familiar acolhedor. Tive pena de ser apenas um fim de semana. No final já todos parecíamos amigos de longa data e não apetecia sair de lá. Ficam as recordações de pessoas espectaculares, de um sitio tão perto de nós, mas que parece de outro mundo e de um céu  deslumbrantemente estrelado em noites de convívio. Então? Do que é que estão à espera? Juntem um grupinho animado e partam para um sitio inesquecivel. Está tudo muito bem explicado no site da Herdade, não terão dificuldade em lá chegar.


Telemóvel: 917 326 567
Morada: Apartado 3387-7630-347 Foros dos Vales (Colos)

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Não se esqueçam de pedir recibo


Ouvi hoje a noticia de um homem em Faro, que lançou uma empilhadora contra as instalações da Igreja Universal do Reino de Deus. Se não contarmos com o desespero em que este homem se encontra, isto até é hilariante.  Este homem, cego pelas promessas que lhe terão feito de um cantinho no céu e de todos os seus problemas resolvidos através da intervenção Divina, cometeu este acto de loucura quando se viu sem nada e depois de constatar que a sua vida, em vez de melhorar, piorara. Claro que todos nós podemos ser enganados, mas se pensarmos um pouco, deixando o fanatismo de lado, não será muito difícil reconhecer estas burlas. Para começar, Jesus Cristo foi um homem pobre e que ajudava os outros através da palavra. Ao contrário dos senhores pastores destas igrejas que ostentam carros e vidas de luxo, tendo mais conversa do que própriamente palavra. Depois penso que quem ajuda o próximo, consoante a conta bancária do mesmo, não é um homem de Deus, mas sim a Segurança Social. Para finalizar, se este senhor não  tivesse vendido os seus bens, (entre eles um camião) não precisaria de ter pegado numa empilhadora alheia para fazer o serviço.  Tenho uma certa pena das pessoas que ainda acreditam que um qualquer mortal tem uma ligação tão directa com Deus, que lhe permite dar este mundo e o outro. Quando será que as pessoas vão perceber que Deus não está nas igrejas, nos templos, ou em qualquer outra parte sem ser em nós próprios. Chega de esfolar o nariz nos altares, de pagar o dizimo em troca de um canto no céu, de acreditar mais nos outros do que em nós próprios. Tudo acontece por um motivo, e se Deus quer que as coisas sejam como são, não é por pagarmos a qualquer igreja que isso vai mudar. Se assim fosse, era muito fácil. Por exemplo: uma pessoa vem de uma festa, de madrugada, já com um copinho a mais e atropela alguém. Primeiro fica assustado com a situação, mas depois lembra-se que basta ir no dia seguinte à igreja fazer um donativo, e fica tudo resolvido. Existe alguém na família que sofre de uma doença grave. Não há qualquer problema, pagamos o dizimo é para Deus nos servir e pôr tudo em ordem. E que tal em vez de esperarmos a mudança através de palavras vãs e de promessas sem fundamento de desconhecidos, tomássemos as rédeas das nossas vidas e começássemos por nos mudar a nós primeiro? Todos nós temos problemas e eles apresentam-se nas nossas vidas com o intuito de nos fazer pensar, avaliar as situações e resolvê-los da melhor maneira que conseguirmos. Esta é a única cura, esta é a única maneira de evoluir. Tudo isto me faz lembrar uma entrevista que vi a um senhor a quem pagam para cumprir as promessas alheias. Isto é, imaginem que fazem uma promessa de ir a Fátima a pé. O pedido foi concedido, a promessa tem que ser paga, mas não lhe dá muito jeito agora. Não há stress: existe um senhor que lhe vai lá pagar a promessa em troca de uma qualquer quantia. É por estas e por outras que não sou apologista de fazer promessas. Respeito quem as faz, mas penso que não somos ninguém para prometer seja o que for. E se antes de poder cumprir essa promessa, algo acontece e a pessoa morre? Somos pequenos demais para conhecer o verdadeiro caminho. Apenas nos é permitido viver um dia de cada vez, de preferência o melhor possível. Quanto a pedir a Deus, não é preciso ir a lugar nenhum para o fazer, Ele está em toda a parte. Mas se vos prometerem a intervenção Divina em troca de dinheiro, não se esqueçam de pedir recibo.