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segunda-feira, 1 de julho de 2013

A corda partiu de tanto esticar



Eu bem prometo que vou deixar de ler jornais, de ver TV ou de tentar entender as noticias que saem disparadas em qualquer meio de comunicação, mas vira na volta estou a espreitar o que se comenta por cá, ficando sempre (ainda) espantada com o tempo que se perde a encher chouriços. Desta vez foi um artigo que tem como titulo "A melhor forma de esticar o subsidio de férias". Mas isto será alguma piada de mau gosto? O artigo começa por explicar que o Governo estipulou que os trabalhadores que ganham entre 600 e 1.100 euros receberam uma primeira parte no mês passado e vão receber a outra parte em Novembro  Quem ganha mais de 1.100 euros só vai receber a totalidade do subsídio em Novembro. 
As propostas do presidente do ISEG (Instituto Superior de Economia e Gestão) para esticar o subsidio de férias são no mínimo caricatas, tendo em conta a corda que aperta as gargantas da maioria dos portugueses.  Senão, vejamos:

“Dando como exemplo os produtos agrícolas,  tentar ao máximo usar produtos de valor acrescentado do nosso país” e no supermercado ter em atenção “ao código de barras de Portugal. Este tipo de consumo – ao qual não podemos fugir – pode ser uma boa forma de impulsionar o país”. 
 Diga lá senhor presidente, como devemos fazer isto se o preço dos produtos agrícolas portugueses estão mesmo ao lado do produto agrícola espanhol, que por sinal é bem mais barato? ( Em situação de fome, que se lixe o patriotismo). Como vamos nós fazer se parámos de produzir e parece que já nem sabemos o que é a agricultura?

- "Para não gastar todo o dinheiro do subsídio – nem mesmo no supermercado com compras indispensáveis –, aproveite para poupar e aposte em fundos de investimento e poupança-reforma ou se puder, comece já a pensar numa ajuda para o futuro dos seus filhos e abra uma conta-poupança para os mais novos."
Além de termos de esperar por Novembro para seguir a sugestão, agora ainda temos que trocar os bifes por fundos e poupanças. O mais que consigo pensar a respeito do futuro dos meus filhos é no preço dos livros para o próximo ano lectivo, que por sinal, terão de ser adquiridos em Setembro e não em Novembro. Além disso, falar em poupanças nesta altura do campeonato é o mesmo que falar no Pai Natal. (Para quem ainda não sabia o gordo de barbas brancas é uma fraude)

- "Outra das dicas do economista é liquidar créditos com juros elevados, para que se possa ver livre de cartões ou créditos ao consumo que só lhe dão despesa."
Isto era precisamente o que tínhamos em mente, até nos informarem que só teríamos direito a isso lá para o fim do ano. Em Novembro os liquidados somos nós.

E o analista financeiro da  Proteste Ineste continua...
" Aconselha-o a aplicar o seu subsídio de férias num depósito de curto prazo."
Esta tenho feito todos os meses. O depósito é de tão curto prazo que até parece magia: assim que o deposito, é logo levantado. 
Acordem, meus senhores: O POVO NÃO TEM DINHEIRO! O POVO ESTÁ ATOLADO EM DIVIDAS! JÁ NÃO HÁ POR ONDE ESTICAR! 
A corda partiu de tanto esticar, mas é bom saber que nós por cá ainda temos quem nos dê dicas de como gerir o nosso dinheiro. ( Mas só para quando e se houver dinheiro para gerir).


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