Eu bem prometo que vou deixar de ler jornais, de ver TV ou de tentar entender as noticias que saem disparadas em qualquer meio de comunicação, mas vira na volta estou a espreitar o que se comenta por cá, ficando sempre (ainda) espantada com o tempo que se perde a encher chouriços. Desta vez foi um artigo que tem como titulo "A melhor forma de esticar o subsidio de férias". Mas isto será alguma piada de mau gosto? O artigo começa por explicar que o Governo estipulou que os trabalhadores que ganham entre 600 e 1.100 euros receberam uma primeira parte no mês passado e vão receber a outra parte em Novembro Quem ganha mais de 1.100 euros só vai receber a totalidade do subsídio em Novembro.
As propostas do presidente do ISEG (Instituto Superior de Economia e Gestão) para esticar o subsidio de férias são no mínimo caricatas, tendo em conta a corda que aperta as gargantas da maioria dos portugueses. Senão, vejamos:
- “Dando como exemplo os produtos agrícolas, tentar ao máximo usar produtos de valor acrescentado do nosso país” e no supermercado ter em atenção “ao código de barras de Portugal. Este tipo de consumo – ao qual não podemos fugir – pode ser uma boa forma de impulsionar o país”.
Diga lá senhor presidente, como devemos fazer isto se o preço dos produtos agrícolas portugueses estão mesmo ao lado do produto agrícola espanhol, que por sinal é bem mais barato? ( Em situação de fome, que se lixe o patriotismo). Como vamos nós fazer se parámos de produzir e parece que já nem sabemos o que é a agricultura?
- "Para não gastar todo o dinheiro do subsídio – nem mesmo no supermercado com compras indispensáveis –, aproveite para poupar e aposte em fundos de investimento e poupança-reforma ou se puder, comece já a pensar numa ajuda para o futuro dos seus filhos e abra uma conta-poupança para os mais novos."
Além de termos de esperar por Novembro para seguir a sugestão, agora ainda temos que trocar os bifes por fundos e poupanças. O mais que consigo pensar a respeito do futuro dos meus filhos é no preço dos livros para o próximo ano lectivo, que por sinal, terão de ser adquiridos em Setembro e não em Novembro. Além disso, falar em poupanças nesta altura do campeonato é o mesmo que falar no Pai Natal. (Para quem ainda não sabia o gordo de barbas brancas é uma fraude)
- "Outra das dicas do economista é liquidar créditos com juros elevados, para que se possa ver livre de cartões ou créditos ao consumo que só lhe dão despesa."
Isto era precisamente o que tínhamos em mente, até nos informarem que só teríamos direito a isso lá para o fim do ano. Em Novembro os liquidados somos nós.
E o analista financeiro da Proteste Ineste continua...
" Aconselha-o a aplicar o seu subsídio de férias num depósito de curto prazo."
Esta tenho feito todos os meses. O depósito é de tão curto prazo que até parece magia: assim que o deposito, é logo levantado.
Acordem, meus senhores: O POVO NÃO TEM DINHEIRO! O POVO ESTÁ ATOLADO EM DIVIDAS! JÁ NÃO HÁ POR ONDE ESTICAR!
A corda partiu de tanto esticar, mas é bom saber que nós por cá ainda temos quem nos dê dicas de como gerir o nosso dinheiro. ( Mas só para quando e se houver dinheiro para gerir).
Bibliografia: http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/economia/a-melhor-forma-de-esticar-o-subsidio-de-ferias
Sem comentários:
Enviar um comentário